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Mães de pessoas com necessidades especiais

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É célebre a frase “quando nasce um bebê, nasce também uma mãe”.E quando nasce um bebê diferente, com necessidades especiais, será que IMEDIATAMENTE esta mãe também se torna especial, adquirindo super poderes e se transformando um uma heroína?

A resposta é simples: NÃO!

Receber o diagnóstico de que seu filho tem alguma necessidade especial é dar à luz novamente, ter outro parto.  É um parto mais dolorido, muito mais longo e sofrido. É uma dor que anestesia nenhuma, por mais eficaz e potente que seja, consegue amenizar. Não há obstetra ou equipe médica, por mais qualificada que seja, que possa tornar este parto mais tranquilo, menos traumático. Talvez seja o “parto” mais difícil de nossas vidas…

Porque ninguém está preparado para ter um filho especial. Na verdade, costumamos ter receio de que isso possa acontecer. Ninguém sonha com um filho com necessidades especiais, diferente. Basta tomarmos como exemplo o que habitualmente respondemos quando estamos grávidas, a respeito da preferência do sexo do bebê. A resposta é invariavelmente a mesma: “Tanto faz, menino ou menina. O importante é que venha com saúde”.

Todos almejamos um filho perfeito, saudável.
Então, quando o diagnóstico chega, jogando por terra todos nossos  sonhos e expectativas, nos sentimos a beira de um precipício.

Se costumamos dizer que não existe manual para a criação de filhos neurotípicos, o que dizer então sobre os filhos com necessidades especiais ?

Só nos é dito (e cobrado!) que devemos ser fortes, que devemos acreditar, incentivar e estimular nossos filhos …mas como fazer tudo isso?  O que fazer com a nossa própria DOR, com nossos próprios medos e dúvidas? Fragilizadas e ansiosas, descobrimos que temos que lidar com uma situação que nos pertence e que desconhecemos por completo. Temos que reaprender a ser mães, na concepção mais abrangente da palavra, de acordo com as novas especificidades de nossos filhos.

E a esta altura, você deve estar se perguntando: “e qual é o caminho? Como posso me tornar a mãe que meu filho precisa, capaz de auxiliá-lo em seu desenvolvimento, se eu nem mesmo sei por onde começar?”. Não existem receitas prontas ou fórmulas mágicas… Sinto em informar! Mas nesta minha jornada , pude perceber que procurar conversar, interagir e trocar informações e experiências com outras mães e famílias de crianças especiais, no caso de meu filho – Autismo ( TEA – Transtorno do Espectro Autista ), costuma ser a tábua de salvação para aquele momento em que parecemos naufragar em meio a um mar de dor, desespero, angústia e falta de esperança. Falar abertamente sobre o assunto com seus familiares e amigos também é bastante libertador, pois alivia o peso que sentimos.

É inegável que ser mãe de uma criança com necessidades especiais , seja ela autista ou com qualquer outra necessidade diferenciada, será uma longa jornada. Mas qual é a direção certa? Não existe “o caminho certo”! Existem caminhos diferentes e formas de caminhar diferenciadas.

Cada família tem o seu ritmo e o seu passo nesta caminhada. Cabe a você encontrar. E você vai fazê-lo. No momento e na hora adequada, cada mãe encontra a sua forma, o seu jeito e a força.
Mas o mais importante de tudo isso, minha amiga, é que neste caminho vocês  estarão juntos, passo a passo, de mãos dadas. E você estará conduzindo-o à conquista da sua autonomia e felicidade, da mesma forma como você faria se este filho fosse neurotípico.

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