Pacientes com transtorno do espectro autista (TEA) podem apresentar padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses, atividades. Esses sintomas podem ser sobrepostos aos aspectos nutricionais, como, por exemplo, aversão ou insistência a determinados alimentos, recusa em provar novos alimentos e estereotipias relacionadas ao momento da refeição. Esses comportamentos podem gerar consequências a curto e longo prazo como um inadequado estado nutricional ou até déficits de crescimento. Recentemente, estudos com foco nestes aspectos descrevem a importância da nutrição na pratica clínica para pacientes com TEA. Existe uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade entre essa população (Lei et al., 2018), adicionalmente o consumo excessivo de determinados macronutrientes pode resultar em uma dieta que ultrapassa as quantidades de calorias recomendadas (Esteban-Figuerola et al., 2018; Peretti et al., 2018). Além disso, os micronutrientes, como minerais e vitaminas, importantes para o desenvolvimento infantil fica aquém dos valores que deveriam ser consumidos (Bjørklund et al., 2019).
Outro importante aspecto destacado foi o ‘eixo cérebro-intestino’. Estudos envolvendo a microbiota intestinal mostram que pode existir uma relação entre bactérias intestinais e TEA (Kho et al. 2018; Doenyas, 2018). Apesar de ainda inconclusiva, umas das hipóteses apontadas seria de que pacientes com TEA teriam um intestino ‘mais permeável’, o que permitiria determinadas bactérias ultrapassarem algumas barreiras, chegarem ao cérebro e alterarem determinados comportamentos (Hooks et al., 2018).
Lei XY, Li YJ, Ou JJ, Li YM. Association between parental body mass index and autism spectrum disorder: a systematic review and meta-analysis. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2018 Nov 23. doi: 10.1007/s00787-018-1259-0. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 30470952.
Esteban-Figuerola P, Canals J, Fernández-Cao JC, Arija Val V. Differences in food consumption and nutritional intake between children with autism spectrum disorders and typically developing children: A meta-analysis. Autism. 2018 Oct 21:1362361318794179. doi: 10.1177/1362361318794179. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 30345784.
Peretti S, Mariano M, Mazzocchetti C, Mazza M, Pino MC, Verrotti Di Pianella A, Valenti M. Diet: the keystone of autism spectrum disorder? Nutr Neurosci. 2018 Apr 19:1-15. doi: 10.1080/1028415X.2018.1464819. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 29669486.
Bjørklund G, Waly MI, Al-Farsi Y, Saad K, Dadar M, Rahman MM, Elhoufey A, Chirumbolo S, Jóźwik-Pruska J, Kałużna-Czaplińska J. The Role of Vitamins in Autism Spectrum Disorder: What Do We Know? J Mol Neurosci. 2019 Jan 3. doi: 10.1007/s12031-018-1237-5. [Epub ahead of print] Review. PubMed PMID: 30607900.
Kho ZY, Lal SK. The Human Gut Microbiome – A Potential Controller of Wellness and Disease. Front Microbiol. 2018 Aug 14;9:1835. doi: 10.3389/fmicb.2018.01835. eCollection 2018. Review. PubMed PMID: 30154767; PubMed Central PMCID: PMC6102370.
Doenyas C. Gut Microbiota, Inflammation, and Probiotics on Neural Development in Autism Spectrum Disorder. Neuroscience. 2018 Mar 15;374:271-286. doi:10.1016/j.neuroscience.2018.01.060. Epub 2018 Feb 8. Review. PubMed PMID: 29427656.
Hooks KB, Konsman JP, O’Malley MA. Microbiota-gut-brain research: a critical analysis. Behav Brain Sci. 2018 Sep 12:1-40. doi: 10.1017/S0140525X18002133.[Epub ahead of print] PubMed PMID: 30207256.
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